Volta: boa comida no Jardim Botânico
Na semana de recesso de fim de ano, separei um dia para ir ao Jardim Botânico e busquei por um restaurante no bairro que eu ainda não conhecesse. Descobri o Volta, um restaurante na rua Visconde de Carandaí e fui conhece-lo na hora do almoço, antes de visitar o Jardim Botânico em si.
O restaurante fica em uma casa na rua Visconde de Carandaí, quase esquina com a rua Lopes Quintas. Para quem vai de carro, só há serviço de valet durante a noite e estacionar por ali durante o dia é meio difícil, então vale pensar duas vezes em ir de carro. A cozinha é tipicamente brasileira e resgata receitas das avós dos donos – também sócios do ¡Venga! – e oferece uma gastronomia com versões contemporâneas de receitas inspiradas em antigos clássicos da culinária brasileira.
No salão assinado pelo arquiteto Chicô Gouveia, a decoração é simples e remete à brasilidade presente nas comidas, como por exemplo a parede com uma baiana servindo seu prato. Móveis antigos expõem doces de leite e goiabadas em lata, bem como algumas cervejas artesanais. O bar que fica logo na entrada do salão principal expõe garrafas de vinhos.
Apesar das mesas na varanda, optamos por ficar do lado de dentro, porém à noite deve ser uma delícia ficar ali do lado de fora tomando uma bebida bem gelada enquanto come algo ou mesmo janta. Fomos bem recebidos e como era dia de semana no almoço, nos foi apresentado junto com o menu do restaurante, opção de prato do dia.
Pedimos de entrada uma porção com 4 bolinhas de queijo da Canastra com geleia de pimenta biquinho – simplesmente divinas (R$ 20). Acompanhamos com a sugestão do garçom de uma bebida para dividir e bem refrescante, o Bom Pra Dedéu: espumante brut, morango, gengibre e hortelã. Realmente muito refrescante, o morango além dos pedaços estava em forma de suco misturado com o espumante e talvez por isso tenha mascarado um pouco o teor alcoólico. Como eu gosto de sentir o gosto da bebida usada como base – no caso o espumante – achei bem fraco e achei que não vale o valor (R$ 80).
Para prato principal, as escolhas foram o atum selado com figo, soja e gengibre (R$ 64), que vinha acompanhado de raízes fritas (batata inglesa, batata doce e batata baroa) e o prato do dia acompanhado de salada verde (R$ 40) e que no dia era filé de namorado com arroz integral, farofa de milho, milho cozido, legumes cozidos (pimentão, vagem, cenoura), feijão e vinagrete de maxixe, esse último vem a parte e é uma delícia. Ambas opções são muito bem servidas, o atum vem com quatro grandes pedaços, um figo ao meio e embaixo uma geleia de figo com soja. Tudo muito gostoso.
Apesar de estarmos satisfeitos, acabamos por experimentar uma sobremesa para compartilhar: a goiabada com creme de queijo minas e sorvete de queijo que vem servida em uma taça de martini (R$ 22). Acabei apenas provando uma colher, agradável, mas não imperdível. O garçom nos disse que a sobremesa mais famosa é o bolo de aniversário, que inclusive tinha saído do cardápio e por muitos pedidos acabou retornando, então fica a dica!
Pedimos a conta que vem em uma louça bem delicada. Tirando a bebida, que talvez não tenhamos tido sorte na escolha, todo o resto valeu muito a pena e acho que merece um retorno ao restaurante para provar outros pratos e quem sabe dessa vez acertar na bebida, tomando apenas um dos drinks do cardápio ou um bom vinho escolhido, na variada carta do restaurante.