Roteiro gay por Berlim
Berlim é uma cidade tão cheia de atrativos que fica até difícil fazer um roteiro para o viajante de primeira na cidade. Mas a capital alemã tem uma característica interessante: é uma das cidades notadamente mais liberais quanto aos gays. Por isso mesmo, resolvi escrever um pouco sobre um roteiro gay na cidade, embora sua visita não deva mesmo se concentrar só nisso.
Impossível não lembrar que a Alemanha foi marcada também pela perseguição aos gays na época do nazismo, e o que os mesmos eram prisioneiros nos campos de concentração (leia aqui sobre um deles: Dachau). Berlim foi uma cidade marcada pelo fim da Guerra Mundial, com o surgimento do muro que dividiu a cidade em duas partes (leia aqui sobre um roteiro pelo Muro de Berlim). Mas assim como em outros aspectos, a Alemanha avanço muito na sua reconstrução como país e o que vemos na cena gay em Berlim pode ser sim reflexo de uma sociedade que passou por um grande trauma e se reergueu baseada no respeito a diversidade.
E essa talvez seja a palavra que defina melhor o estilo gay da capital alemã. Lá é possível encontrar de tudo, para todos os gostos e com a maior tranquilidade. Uma prova está já na hora de escolher onde ficar. Além dos hotéis conhecidos por ser destinados ao público LGBT, Berlim lançou o programa Pink Pillow, que reúne hotéis de redes internacionais que recebem hóspedes independente de sua orientação sexual. Os estabelecimentos exibem com orgulho em seu balcão de check-in o termo de compromisso e significa também que os funcionários estão preparados para orientar seus hóspedes com opções de entretenimento e atrações específicas, além das tradicionais.
Porém existe um hotel heterofriendly, como eles mesmo se intitulam, o Axel que pertence a uma rede de hotéis presente em várias cidades como Barcelona e Buenos Aires. O hotel de Berlim fica no “bairro gay” da cidade (Lietzenburger Strasse, 13/15), bem grande, conta com vários andares com dormitórios e um terraço aberto onde funciona um bar nos meses do verão. Além disso, o hotel dispõe de uma pequena academia de ginástica, sauna e hidromassagem no último andar do hotel. O restaurante do hotel, o Hamburger Mary’s, oferece café da manhã para os hóspedes, mas também noites de entretenimento, como karaokê e um show misto de stand up com drag queen.
Mas se você já que ir para Berlim com algumas anotações, vale ficar atento a esse post. A parte mais conhecidamente gay da cidade é o bairro Schöneberg (reserve seu hotel no bairro clicando nesse link!), onde bares lojas e boates estão agrupados principalmente nas ruas Motzstrasse e Fuggerstrasse (marcadas no mapa). Há para todos os tipos, desde os bares mais calmos até os inferninhos onde as fachadas fechadas deixam claro que o ambiente interno é algo mais pesado. Lá é possível encontrar todas as tribos circulando, e será fácil identificar a qual estabelecimento elas frequentam apenas observando a movimentação. Minha dica é chegar no local, observar o movimento e se possível passear pelos diversos bares para conhecê-los, até escolher um que te agrade mais. Mas há espaço também pra pontos turísticos gays, como a casa de Christopher Isherwood, renomado escritor britânico que teve um relacionamento famoso com um rapaz 30 anos mais novo, e o antigo Teatro Eldorado onde símbolos da cena gay mundial já se apresentaram, mas que hoje abriga um mercado de comida orgânica.
Já para o público mais jovem, e locais frequentados mais pelos moradores do que por turistas, a dica é o bairro Kreusberg (reserve seu hotel nesse bairro através do link), com seus restaurantes e lojas moderninhas. Um local para quem quer ver e ser visto pelos alemães gays. Já para as nights frequentadas pelos locais vale a pena ficar atento as festas que ocorrem esporadicamente, e que são as mais disputadas. Um exemplo é a mensal Kino International, no bairro Friedrichshain, onde também está a casa noturna Berghain (foto). Ela bomba aos sábados e é numa antiga usina com parede de 18 metros de altura e capacidade para 1.500 pessoas. Mas se for passar algum domingo na capital alemã seu destino deve ser a GMF Berlim (foto). Localizada na cobertura de um prédio próximo a Alexanderplatz a festa tem uma vista deslumbrante da cidade, boa música, bem frequentada e ainda um longe aberto com um excelente bar.
Para conhecer o lado cultural, vá até Prenzlauer Berg. E lá que se encontra o Schoppenstube, primeiro bar gay de Berlim. Não deixe também o Schwules Museum, considerado um dos maiores acervos mundiais sobre a história da comunidade LGBT. O local aborda as transformações em diversas cidades do mundo ao longo da história, e tem uma série de fotos históricas sobre os movimentos mundiais em defesa dos direitos dos gays.
Curiosidades: Em fevereiro, durante o Festival de Cinema Internacional de Berlim acontece o Teddy Award, premiação de produções cinematográficas com temática gay. No final de junho (21-27) acontece a parada gay berlinense, conhecida como Christopher Street Day.
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