Quatro estreias nacionais no cinema para ficar de olho
Selecionamos quatro longas nacionais que valem a ida ao cinema

Após o grande sucesso internacional de ‘Ainda Estou Aqui’, que não só encheu salas pelo mundo mas trouxe para o Brasil seu primeiro Oscar, o interesse pelas produções nacionais parece ter se revigorado pelo país e reacendido um patriotismo antes deturpado pela polarização política ou desilusões com grandes eventos.
As comemorações pelo sucesso de obras intrinsecamente brasileiras, contudo, parecem estar só começando, afinal, importantes produções já alcançaram e estão alcançando os holofotes e aplausos em festivais mundo afora. Assim, buscando não somente homenagear a cultura brasileira mas chamar atenção para estas importantes novas obras, viemos apresentar alguns longas que o Brasil precisa ficar de olho neste ano de 2025.
O Último Azul
Ganhador do Urso de Prata no 75º Festival Internacional de Cinema de Berlim, a obra dirigida por Gabriel Mascaro e estrelada por Rodrigo Santoro e Denise Weinberg apresenta um futuro distópico onde a sociedade separa os idosos da convivência e os força a viver exilados em colônias afastadas. Nela, a idosa Tereza opta por viver uma última aventura antes de seu exílio, viajando para os confins dos rios amazônicos.
‘O Último Azul’ vem chamando a atenção de críticos mundo afora, e promete trazer reflexões sobre a estratificação da sociedade, o que é viver com dignidade e como a empatia importa em nossas vidas.
Manas
Uma produção independente que aborda temas sensíveis e atuais, ‘Manas’ conquistou ainda no ano passado o “Director’s Award na Giornate Degli Autori”, premiação associada com o Festival de Veneza. A obra, dirigida por Marianna Brennand, expõe as vivências e experiências de uma jovem marajoara que, em meio a um ambiente de abusos e privações, amadurece e busca seu lugar no mundo.
Um filme que demonstra a potência do cinema independente brasileiro, por vezes subestimado, e traz à tona a situação complexa e grave que é a de abuso de menores no país, em especial na Ilha de Marajó.
O Agente Secreto
Ainda no propósito de revisitar o período ditatorial brasileiro, a obra ‘O Agente Secreto’ marca o retorno do diretor Kleber Mendonça Filho, de Bacurau, e é protagonizada por Wagner Moura, que dá vida a um professor universitário que, fugindo do caos paulistano e de seu próprio passado, se muda para Recife. A busca pela paz, todavia, se verá frustrada quando ele se depara com tudo que buscou deixar para trás em sua vida.
A obra, ainda sem data para estreia, promete mais uma vez abordar o sensível período da história brasileira, trazendo luz para este assunto que felizmente parece estar sendo revisitado e rediscutido.
Vitória
A mais recente obra cinematográfica estrelada pela titã da dramaturgia nacional, Fernanda Montenegro, ‘Vitória’ traz às telas uma história real ocorrida no início dos anos 2000 em pleno Rio de Janeiro. Na pele de uma senhora que decide enfrentar a corrupção policial e o tráfico de drogas, a atriz entrega mais uma impecável atuação, o longa, dirigido por Andrucha Waddington e Breno Silveira, já está nos cinemas Brasil afora, já sendo a maior estreia cinematográfica nacional deste ano.
A título de curiosidade, a verdadeira heroína viria a falecer no decorrer das filmagens, em 2023, de modo que, hoje, sabe-se que a real Vitória era a Dona Joana da Paz, que teve de mudar de identidade para ter sua vida protegida.