Home office se tornou realidade? Não para pessoas negras
Pesquisa mostra que maior parte dos profissionais que fazem home office são brancos
Há consenso que a adoção do home office foi acelerada por conta da pandemia da Covid. Mesmo um tempo depois algumas empresas ainda adotam o modelo, mesmo que seja de forma híbrida. Porém, esse avanço para os profissionais não é igual para todos, como revela estudo da Newa, consultoria de impacto social.
A pesquisa mostra que 34,8% dos brasileiros faz home office ao menos uma vez por semana. Mas esse privilégio não é para todos. O mesmo levantamento apontou que dos que estão em um regime de trabalho com home office apenas 36,6% são pretos, enquanto 57,15% são brancos.
Para Carine Roos, CEO da Newa, um dos fatores que pode contribuir para essa diferença são os cargos ocupados pelas pessoas:
Essa discrepância indica que pessoas negras têm menos acesso a políticas de home office, o que pode estar relacionado ao fato de que estão mais concentradas em funções operacionais, que exigem presença física
Ela destacou ainda que as mulheres pretas enfrentam um desafio ainda maior. Segundo a especialista, especialmente as mães, que lidam com a sobrecarga de expectativas profissionais e pessoais, enfrentam maior dificuldade sem o home office.
Lembrando que o levantamento mostrou que são justamente as mulheres que mais aprovam esse regime de trabalho, com 49,1% aprovando o home office.