High Line: Como uma ideia pode transformar toda a região
Imagine uma linha de trem suspensa que passa no meio do seu bairro, até mesmo a pouquíssima distância da sua janela. Agora imagine que essa linha foi desativada e existe um projeto para demolição. Qual seria a sua reação? Se para muita gente demolir seria a solução para revitalizar a área, o High Line em Nova York mostra que preservar e utilizar o espaço de uma outra maneira pode ser ainda melhor.
Construída em 1934, como parte do projeto de desenvolvimento do West Side, a linha de trem ligava a 34th Street até o St John’s Park Terminal. A intenção era facilitar o transporte de mercadorias para o maior distrito industrial de Manhattan. Toda a área era então dominada por indústrias, mesmo depois da desativação na década de 80. Com o abandono da linha era normal que se pensasse na demolição, mas um grupo de moradores locais resolveu criar uma fundação para transformá-la em um parque. Foi em 1999 que essa associação foi criada, e três anos depois começaram os estudos para a revitalização do local.
Em 09 de junho de 2009 foi aberto ao público a primeira parte do parque, que ia de Gansevoort à West 20th Srteet. Dois anos depois a segunda parte (da West 20th Street até a 30th Street) foi entregue a população. O sucesso do parque foi imediato e se refletiu nos arredores que passaram a ter seus galpões também revitalizados e transformados em galerias de arte, restaurantes, lojas e residências. Os bairros de Meatpacking, West Chelsea e Hell’s Kitchen, por onde passam o High Line, se transformaram completamente e hoje são valorizados por moradores e turistas.
O parque deve ser feito em toda a sua extensão (são 19 quadras, por isso não esqueça de estar com um calçado confortável), observando o aproveitamento do material que já existia para a inclusão de plantas, esculturas, bancos e espreguiçadeiras que são um convite a contemplação. É comum ver pessoas que trabalham ali perto aproveitando o local para descansar e almoçar (embora o único defeito para mim é exatamente a falta de um restaurante ou bar melhor – existe apenas um e com poucas opções – para deixar o local ainda mais agradável). Ou até mesmo visitantes levando lanches para fazer no local, ou um bom livro para ler em um ambiente agradável. Ainda há espaço para contemplação da paisagem, incluindo uma espécie de arquibancada. No final do passeio ainda é possível conhecer o novíssimo Whitney Museum of American Art, que infelizmente ainda não estava aberto quando estive em Nova York, mas que pelas fotos de alguns amigos que estiveram logo depois (estive no High Line no dia da inauguração do museu para convidados) já virou uma obrigação na minha próxima viagem pra lá.
Se você ainda não conhece o High Line não deixe de fazer na sua próxima estadia em Nova York. Uma cidade conhecida pelo famoso Central Park tem ainda essa outra ótima opção. Aproveite o parque, contemple a vista e as esculturas do local, fotografe também as diversas pinturas nas paredes dos prédios próximos (uma verdadeira galeria de arte a céu aberto), observe também a arquitetura moderna de alguns e ainda rode os bairros por onde ele passa para ver como um bom projeto é capaz de modificar o que era uma região industrial decadente.