Entrevista: Willian Bueno – dono da escola de mergulho Coral de Fogo
O carioca William Bueno conheceu o mergulho em 2005. Não demorou muito para se apaixonar pelo fundo do mar e três anos depois concluiu o curso de profissional de mergulho. Desde então, o empresário dedica sua vida a apresentar às maravilhas da prática esportiva aos outros dando aulas e promovendo diversas atividades dentro do mergulho amador. Apaixonado por viagens, tem como hobby explorar destinos exóticos para mergulhar, e foi numa das aulas de mergulho que conheceu sua esposa e é claro que o casamento foi debaixo d’água. William trabalhou em diversas empresas do segmento no Rio de Janeiro até que junto do amigo Ramon Noguchi resolveu criar a Coral de Fogo no começo de 2016.
MV: Quais tipos de mergulho para turistas existem?
W: Hoje basicamente existem duas modalidades: o batismo, termo muito conhecido aqui no Brasil ou Discovery Scuba Diving muito usado lá fora, como a opção para quem não tem experiência, mas quer vivenciar a experiência do mergulho. A outra modalidade seria o turismo subaquático. Esse sim é praticado por quem já é certificado, ou seja, passou por um curso para aquisição de diversas habilidades, trazendo conhecimento e segurança para o candidato a mergulhador. Ou seja, mergulhar está literalmente ao alcance de todos.
MV: Uma viagem de turismo com mergulho ainda é muito caro ou existem destinos mais baratos?
W: As viagens de mergulho tem preços bem aproximados aos de viagens para prática de esportes de aventura. Eu sempre costumo dizer que é mais barato ir para fora do país do que fazer uma viagem de mergulho nacional. Por exemplo, uma viagem de uma semana para qualquer ilha do Caribe será sempre mais barata do que uma semana em Fernando de Noronha. Apesar de vir crescendo ao longo dos anos, o que desacelera o crescimento do turismo de mergulho no Brasil é a saúde financeira do país.
MV: Quais os cuidados o viajante deve estar atento ao fazer um mergulho quando viaja para a segurança?
W: O viajante deve se preocupar em entender bem o local escolhido como destino para mergulho, como, por exemplo, se informar se no local existe camera hiperbárica; fazer um seguro de viagem e, em casos de locais propícios a muitos mergulhos sucessivos, é sempre interessante ter um seguro DAN (Dive Alert Network), que cobre gastos com tratamentos hiperbáricos. Um telefone de um contato médico local é sempre bem-vindo também.
MV: O que não pode faltar na mala de um mergulhador quando ele viaja?
W: Fora toda traquitanda de mergulho, é sempre bom levar protetor solar, remédio para enjoo e gripe caso algum desses probleminhas resolvam querer atrapalhar seu mergulho e, por último, algumas braçadeiras de nylon, que costumam ser de grande utilidade na preparação dos equipamentos, seja para prender uma lanterna ou uma câmera, etc.
MV: Hoje você marca as suas viagens em função do mergulho ou ainda consegue viajar sem querer mergulhar?
W: Essa é uma boa pergunta… Sofro muito com isso, pois minha esposa reclama um pouco na hora de planejar uma viajem em família, pois eu sempre tento encontrar um jeito de conduzir a coisa de uma forma que nos leve para algum litoral. Mergulho faz parte do meu DNA (risos).
MV: Qual sua Maior Viagem para mergulho no Brasil? E no mundo?
W: No Brasil, todos falariam Noronha, mas, eu sou um pouco mais radical e, sem sombra de dúvidas, pra mim foi o mergulho em uma mina alagada que fica em Mariana, Minas Gerais. Essa mina alagada é o local perfeito para treinamento de mergulho em cavernas e, no exterior, a ilha Caribenha Bonaire é o meu santuário.
MV: Algum lugar que você ainda não mergulhou mas tem muita vontade?
W: Bom, um lugar que eu gostaria muito de mergulhar seria na Indonesia em Truk Lagoon. Lá existem muitos naufrágios da segunda Guerra Mundial e seria certamente um dos lugares no mundo que eu gostaria de mergulhar.
MV: Uma dica para o leitor do Maior Viagem que gostaria de mergulhar na sua próxima viagem.
W: Pesquise bastante e converse com outras pessoas que já foram ao local escolhido, mas o mais importante de tudo é ter como meta realizar uma viagem internacional de mergulho por ano e planejar essa viagem com no mínimo 6 meses de antecedência. A prática em ambientes diferentes vai te fazer um mergulhador melhor.