Um palácio para mediar conflitos e celebrar a paz

Quando se fala em Haia, na Holanda, a primeira coisa que pensamos é que a cidade é famosa pelo Tribunal Internacional. A imagem do local está intimamente ligada ao imaginário dos turistas que diariamente passeiam pela frente do Palácio da Paz para registrar esse imponente local dedicado a mediação de conflitos internacionais e celebrar a paz. Mas em uma visita ao Palácio, mesmo que se resuma apenas à parte do museu interativo, mostra que ali existem outras coisas importantes.

Primeiro é preciso destacar que quando estão acontecendo sessões no local, como quando fui visitar Haia, não é possível conhecer o interior do Palácio. Se o local estiver aberto para visitação, é necessário agendar previamente a visita guiada através do site oficial. Mesmo assim é impossível estar em Haia e não ir visitá-lo, até mesmo porque o museu interativo é uma experiência bem interessante para conhecer um pouco mais da história e do funcionamento do local.

Ali estão, no mesmo palácio, o Tribunal Permanente de Arbitragem – razão pela qual o local foi fundado em 28 de agosto de 1913, a Corte Internacional de Justiça, a Academia de Haia de Direito Internacional e a Biblioteca do Palácio da Paz. O primeiro foi criado antes mesmo da construção do local, durante a primeira Conferência de Paz em Haia realizada em 1899, e serve de conciliação entre os diferentes países do mundo. Já a Corte Internacional é o principal órgão judiciário da ONU e é o “inquilino” mais famoso do local, comumente chamado de Tribunal de Haia. Sua principal função é resolver conflitos e emitir pareceres jurídicos a ele submetidos por diferentes países. Sua criação é datada no pós-Segunda Guerra Mundial, em 1945. A Academia de Direito reúne anualmente professores e alunos de direito internacional que debatem no local as principais leis internacionais. Já a Biblioteca do local é considerada a mais completa em se tratando de direito internacional do mundo.

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Uma grande confusão que costumamos cometer é achar que indivíduos envolvidos em guerras são julgados no local. A Corte Internacional de Justiça julga apenas Estados, enquanto indivíduos são julgados pela Corte Penal Internacional, que fica em outro local de Haia e foi instituída apenas em 2002. São lá que crimes graves cometidos por indivíduos, como genocídios, crimes de guerra e crimes contra a humanidade são julgados.

Tudo isso é muito bem explicado no museu interativo que fica logo na entrada do Palácio da Paz. O centro de visitantes tem entrada gratuita e fornece áudio guia. Funciona entre 24 de março e 1º de novembro de 10h às 17h e entre 1º de novembro e 24 de março de 10h às 16h. No local existe além da exposição de objetos importantes, como o cheque de 1,5 milhão de dólares doados por Andrew Carnegie para a construção do palácio, uma série de fotos e vídeos que contam a história do local, falam sobre as principais guerras e explicam como funciona cada um dos órgãos que estão ali. No jardim de entrada é possível deixar um bilhete de paz pendurado em uma árvore com desejos do mundo inteiro.

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A vista do lado de fora, através do imponente portão principal, é linda. Ao lado, uma Chama da Paz Mundial composta por chamas vindas de sete lugares dos cinco continentes, convida a todos para fazer uma volta no seu entorno rezando pela paz mundial. No canteiro onde está instalada estão gravados os nomes de todos os países pertencentes a ONU.

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Um passeio imperdível que reúne beleza, história e reflexão. Parada obrigatória para quem está visitando Haia ou até mesmo está em Amsterdam – cidade próxima ligada por trem – e vai passar algumas horas visitando a cidade que é a sede administrativa da Holanda.

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