10 museus para aprender sobre a História do Brasil
O Brasil possui uma enorme variedade de museus e muitos deles nasceram associados aos acontecimentos da História do Brasil. Os mais conhecidos possuem, além do acervo de visitação, setores de pesquisa, bibliotecas e hemerotecas. O professor Airton Cavenaghi, do curso de Turismo da Anhembi Morumbi nos ajudou a listar os 10 principais museus para aprender História.
O Museu Paulista da Universidade de São Paulo, conhecido popularmente como Museu do Ipiranga, nasceu a partir da busca do Estado em legitimar o suposto local da Proclamação da Independência, declarada por Dom Pedro I, em 7 de setembro de 1822. O espaço foi edificado próximo ao marco da Independência, erguido por volta de 1840, pelo então Imperador Dom Pedro II, em homenagem ao momento da proclamação do “Grito do Ipiranga” por seu pai, Dom Pedro I. É composto de uma infinidade de objetos e pinturas e serviu para legitimar a história paulista, acumulando em seu acervo um material muito diversificado, mas com poucos elementos que relembram a presença da Família Imperial. Os vestígios mortais do Imperador D. Pedro I só foram transladados de Portugal para o local em 1972, em comemoração aos 150 anos da Independência do Brasil. Na atualidade, o museu encontra-se fechado para reformas e restauros. Antes de seu fechamento era o museu de maior índice de visitações do País. Ainda assim, o local vale a visita, já que possui um dos parques mais bonitos da cidade, inaugurado em 1922 para as comemorações do centenário da Independência.
Localizado na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, o Museu Imperial tem sua origem na passagem de Dom Pedro I, quando em viagem a Minas Gerais em 1822 para buscar apoio ao processo de Independência. No local foi erguido o Palácio Imperial, por volta de 1850, que se tornou a residência de verão da família real. Após a Proclamação da República, torna-se Museu e possui uma série de objetos ligado a presença da família Imperial no local. Sua atratividade turística resulta da curiosidade do público em relação à época do Império no Brasil.
Localizado na cidade do Rio de Janeiro, o Museu da República, também chamado de “Palácio do Catete”, foi sede da República e local de moradia dos presidentes do Brasil, desde o final do século XIX até 1960, quando a capital federal foi transferida para Brasília. Possui um acervo ligado a presença dos presidentes no local: mobiliário, documentação e iconografia. Também no Rio, o Museu Nacional é o mais antigo do Brasil, com cerca de 200 anos de história. Com acervo diversificado, é considerado, principalmente, um museu de história natural, embora o início de seu acervo tenha sido fruto de doações da Família Imperial brasileira e composto por objetos industriais, entre outros. Criado no ano do centenário da Independência do Brasil, em 1922, para receber documentos relativos à História do Brasil, o Museu Histórico Nacional cresceu mediante a doação de documentações privadas relacionadas à História do Brasil, de forma a manter a memória do País, em um acervo principalmente documental, considerado o mais abrangente do Brasil, com documentos datados desde o século XVI.
Já o Museu Republicano de Itu funciona em um sobrado datado de 1850, onde aconteceu, em 8 de abril de 1873, a “Convenção Republicana de Itu”. Representa o marco do nascimento do Partido Republicano Paulista. O museu, que é considerado uma extensão do Museu Paulista, nasceu em 1923 como resultado das comemorações do Centenário da Independência em 1922 e como sustentáculo ideológico do movimento Republicano. Seu acervo relaciona-se com a história paulista, principalmente do interior do Estado, composto por objetos de época e acervo documental.
Localizado na cidade de Ouro Preto, o Museu da Inconfidência nasceu na década de 1930 por iniciativa do então presidente Getúlio Vargas, para abrigar os restos mortais dos Inconfidentes que morreram no degredo da África durante o século XVIII, quando o Brasil ainda era colônia de Portugal. É considerado o primeiro museu histórico brasileiro fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. Possui um acervo ligado, principalmente, ao desenvolvimento do cotidiano urbano da cidade de Ouro Preto, em função da inexistência de objetos ligados diretamente ao momento da Inconfidência.
O Museu Júlio de Castilhos é considerado o mais antigo museu histórico do Rio Grande do Sul, está localizado em Porto Alegre desde 1903. Possui uma série de documentos relacionados a presença dos imigrantes na região Sul do País. Ligado diretamente à Fundação Joaquim Nabuco, o Museu do Homem do Nordeste está localizado na cidade do Recife, em Pernambuco. Esta instituição traz a atual interpretação da história, ou seja, a percepção do cotidiano do homem comum. Foi concebido por Gilberto Freyre, na década de 1970, e possui um amplo acervo de documentos e etnografias variadas, que contam a história nordestina revelando a formação da identidade cotidiana da região.
Também conhecido como “Museu da Amazônia” em Belém, o Museu Emílio Goeldi é considerado um dos mais antigos do Brasil, e também não é exclusivamente um museu histórico. Ele está associado ao estudo das ciências naturais e humanas da região amazônica. Possui um acervo riquíssimo da fauna e flora da região amazônica, além de acomodar estudos do passado indígena e seus objetos arqueológicos. É um importante centro de referência de estudos e pesquisas nessas áreas desde 1900 e seu nome é uma homenagem ao seu mais ilustre pesquisador, o zoólogo suíço Emilio Goeldi, radicado no Brasil desde 1884.